VIVÊNCIA EM INTITUIÇÃO DE ACOLHIMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Resumo
O estágio foi desenvolvido em uma instituição filantrópica de assistência social que atende crianças e adolescentes em município no interior de Minas Gerais, mantida por doações, subvenção municipal e eventos beneficentes, que segue os princípios do ECA e oferece proteção integral às crianças afastadas do ambiente familiar pelo Judiciário, desempenhando um papel crucial ao garantir proteção, socialização e suporte para a construção de um futuro melhor, quando seus cuidadores não estão aptos a fazê-lo. O acolhimento é uma medida excepcional, temporária e provisória, destinada a proteger direitos ameaçados ou violados. A prioridade é que crianças e adolescentes sejam criados no seio familiar ou, em casos excepcionais, em família substituta. O estágio teve como objetivo contextualizar a teoria com a vivência prática. Este estágio ocorreu entre agosto e outubro de 2023, envolveu observação da rotina, com visitas semanais e a coleta de informações através de roteiros e entrevistas. A estrutura física da instituição foi observada e atende às recomendações de criar um ambiente residencial, acolhedor e não institucional, com boas condições de habitação e áreas de lazer. A instituição enfrenta desafios, como a alta rotatividade de funcionários, carga horária excessiva e falta de recursos financeiros. A equipe está comprometida, mas a sobrecarga e a ausência de formação específica são questões a serem abordadas. A instituição proporciona atividades educacionais e recreativas, e a preparação para a saída dos adolescentes é uma prioridade, com cursos e treinamentos voltados para a autonomia. Os principais desafios incluem a falta de espaço adequado para bebês e a dificuldade em lidar com comportamentos problemáticos. As crianças chegam com traumas e medos, e o suporte emocional e psicológico é fundamental para seu desenvolvimento. Através do estágio foi possível perceber que muitas vezes a lógica da estrutura social impede as famílias de cuidarem de suas crianças e adolescentes por falta de investimento em políticas públicas, sendo assim, a violação dos direitos da criança e do adolescente não é apenas exercida pelas famílias, mas também por parte do estado que não garante o direito à convivência familiar e se utiliza da institucionalização como medida de resolução de problemas familiares.